sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Medo I - Capítulos 21 ao 26 (Final)


CAPÍTULO 21

Acordou olhando o rosto de Joey, frio. Christina e Jully estavam afastadas; Britney e Diego abraçavam-se. Josh olhava pra ela, e seus olhos tinham a pergunta que todos queriam fazer:

- O que está fazendo aqui!? - ele perguntou. Estava quieto, frio, e amedrontou Nieve.

- E-eu... - ela gaguejou. - N-nós...

- Então estão as três aqui!? - Joey perguntou.

- Agora... - ela limpava a boca, suja de sangue. Uma escoriação denunciava que ela fora esmurrada. - Somos... só duas! Mas... a Amanda... se perdeu! - Nieve falou.

- Perdeu!? - Britney chorou. - Sabe o que está acontecendo aqui?

- N-não! Nós... seguimos vocês! Apenas... mas...

- Quem está fazendo isso!?? - Josh perguntava. Nieve sentiu-se num interrogatório. As lágrimas caíram.

- Não sei... não sei...

Christina chorou com ela. Acreditou nela. Jully apenas cochichou com Diego:

- Melanie sabia... por isso ‘ele’... - ela parou. Nieve olhava pra ela.

- Olha... não sabemos... não sei o que é! - ela chorava. - Sei... que estamos em perigo! Muito perigo!!! Sabia disso quando entrei aqui, mas deixei-me levar... por elas... - Nieve chorou.

- Então... não sabe onde Amanda está, nem o que está lá fora... matando... - Josh pausou, cansado e irritado.

- Não! Juro... eu não... - ela continuava.

Passos leves foram escutados do lado de fora, e imediatamente Joey e Diego voltaram a porta. Britney espiou pela vidraça grossa e logo berrou:

- É a Luanna e o Justin... e a... - ela procurava a outra amiga com os olhos, enquanto seu pensamento dizia: “Esteja com eles... esteja com eles...”.

- Abra!!! - Josh sorriu. Não tinha sorrido desde então. A esperança de estarem todos bem surgiu no coração de cada um daqueles ali.

Nieve olhou o chão. Sentiu um calafrio, e ficou com medo de dizer aqueles estudantes com um tantinho de esperança. Apenas, ainda olhando pro chão, deixou escapar: “Ela está morta!”.

- Quem... quem você está dizendo?!!? Não sabe de nada, não pode... - Britney olhou pra ela.

- Britney... - Josh segurou-a nos braços.

- Ela está perdida... e vai aparecer... - Britney continuava.

- O que quer que eu faça?!? Estou sentindo isso!! - Nieve revelou.

- Está mentindo... não tem o direito de... - Christina começou.

Joey abria a porta grossa. Justin e Luanna viram os amigos do lado de dentro. Luanna olhou pra Nieve e partiu pra cima dela. As outras apenas olharam a aflição de Luanna. Justin tentou segurá-la pela mão, mas ela estendeu-a e esbofeteou Nieve. Britney abriu a boca. Não pensara nunca que Luanna fosse capaz disso, e imaginou as razões. Talvez era porque Luanna sabia de algo. Ela abraçou a amiga, ainda aflita, enquanto Nieve chorou olhando o chão.

- O que foi?? O que sabe, Luanna!? - Britney perguntou, e em seguida chorou, abraçada a ela.

***

Luanna contava a história do banheiro (omitindo o fato do beijo) enquanto todos escutavam, dentro daquele cubículo pequeno e abafado. Justin olhava a mão de Josh atentamente, sem perder a visão de Nieve. Os dedos de Luanna ficavam vermelhos no rosto da jovem. Ela nada dissera, apenas pensava em quem seria aquele que matara Melanie, e os outros jovens dentro do colégio. Luanna comentara que ‘ele’ era conhecido das Black Girls, pois citara a turma naquela noite horrível que passavam dentro do colégio. E ela apenas olhava pra Luanna.

Ninguém perguntou por Jessica. Luanna e Justin não falaram, mas todos podiam adivinhar. Se ela estivesse perdida, na certa Luanna daria esperança, mas nada dissera até então. Não acreditaram no que Nieve afirmara. Britney lacrimejou ao ouvir a história. Todos ali se amedrontaram. Iriam ter que passar a noite ali? Com medo?

Foi quando, em meio a acessos de tosses, Christina comentou:

- Estou... sem ar!!

Joey se deu conta.

- Não podemos ficar aqui!!! Vamos ficar sem ar! O oxigênio não tá saindo...

- Droga... - Josh falou.

- Nieve... - Jully perguntou. - Sabe de mais alguma coisa que deva nos contar??

- Não... eu não sei quem é!!! Juro!!!! - ela dizia, enquanto chorava.

Josh levantou-se de repente. Conseguiu pensar em algo que nenhum pensara. Justin ergueu os olhos, olhando pra ele. Ele sorriu de leve. E todos ficaram curiosos.

- Temos uma esperança!!! - ele riu baixo, assim como falava também.

- Qual!? - Diego se empolgou. Todos se animaram. A notícia era animadora mesmo.

- Por que não pensei nisso...? - Josh continuava.

- Onde?? - Christina fazia idéia de que era a saída.

- O telhado!!! A parte de cima do colégio. O lugar proibido pra estudantes!!! - ele falou.

- Josh... lá deve estar fechado... se formos tentar abrir e ‘ele’... - Luanna falou, interrompendo a alegria dele.

- Temos que tentar, Luanna!! O que sugere?? Que mandemos alguém para servir de isca?! - Joey foi direto.

- Não... se não podemos ficar aqui, temos que sair... mas como a Luanna disse, é arriscado e... - Justin interrompeu.

- Sempre defendendo a ‘amiga’... - Joey foi irônico.

- Joey... vai devagar... - Jully defendeu.

- Por que!? Ele está certo! Temos a chance de sair... não devemos colocar barreiras... - Christina discutiu.

- E se ‘ele’ estiver lá!?? - Diego discordava de Christina.

- Não percebem??? É a chance! - Josh continuava.

Todos que estavam metidos naquela discussão calaram-se quando ouviram a voz horrível da coisa no alto-falante. Aquele som ecoava por todo o colégio, inclusive no cubículo, e era usado pelo diretor para comunicação com os estudantes.

- Temos contas a acertar, garotinhos! Há muito tempo espero por esse momento!!! - ouviram a voz metálica soar.

Joey abriu a porta, e imediatamente todos pensaram a mesma coisa.

- Ele está na sala do diretor, que tem a porta mais longe da entrada do telhado! - Josh falou, enquanto todos saíam, correndo como nunca.

***

Todos chegaram lá em cima, no telhado do colégio, na esperança de haver alguém que os visse do lado de fora. Joey gritava com Britney e Christina, por casais que passava na rua. Não era tão baixo nem tão alto, mas a rua era longe, por isso eles não escutavam direito de onde vinham aqueles gritos de socorro. Todos estavam esperando, pensando no que aconteceria ali. Se os gritos não estavam chamando a atenção daquele encapuzado horrível. Luanna não percebera ainda, mas a imagem dele matando Jessica estava concentrada em algum lugar da cabeça dela.

Nieve estava estranha. Nunca nem sequer sentara próximo daqueles rapazes e daquelas garotas. Nem sequer sabia o que estava fazendo dentro do colégio. Ela teve medo de conhecer mesmo, como Luanna dissera, o encapuzado. Mas... se ele conhecia as Black Girls, por que matara Melanie? Ela não entendia.

Britney enfureceu-se, partindo pra cima dela, notando que os gritos eram em vão.

- O que ele quer de nós!? Responda!!! Você deve saber... ‘ele’ gostou de você! Melanie o conheceu!!! - Jully a segurava enquanto Nieve balançava o rosto negativamente.

- Não sei... - ela tremera. Ouviu os passos subindo as escadas.

- Onde está Amanda!? - Jully ajudou no interrogatório, até Joey por os dedos nos lábios dela, calando-a.

Sim. Todos escutavam os passos subindo as escadas. A porta encostada dava apenas para ouvir aqueles passos que permaneceriam nos pensamentos deles para sempre. As botas que jamais usariam outra vez na vida! Ele estava chegando naquela parte de cima da escola, onde eles estavam encurralados! Era o fim! Todos tremeram e esperaram a coisa aparecer na porta.

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CAPÍTULO 22

Fazia muito frio. O vento da meia noite em Oxford fazia todos tremerem naquele colégio. O medo aumentava nos corações furiosos daqueles jovens. ‘Ele’ sabia onde estavam. E talvez aquela fosse a última parte da história, pois ninguém poderia mais sair de lá. ‘Ele’ mataria todos, um por um. Assim que colocou os pés com as botas naquele telhado, Christina gritou. Eles apenas olhavam. A coisa saíra de vez, para o telhado dos estudantes. ‘Ele’ sempre sorria.

- Quer nos dizer... quem é você? Por que... faz isso!?? – Luanna estava irritada. Justin tinha medo de a amada pensar em enfrentar a fera, pois só vira tanto ódio numa pessoa como via nela naquele momento uma vez. Os olhos de Jessica perdendo a vida mostravam a ele que deveria segurar Luanna de todo jeito, para não acabar como a amiga.

- Luanna... – Britney parece que lia os pensamentos de Justin, mesmo nem tendo visto a amiga morrer. Correu pro lado de Luanna e Justin. Josh segurou-a.

- Tudo a seu tempo, minha flor! - a coisa dissera, com a voz irritante. Justin irritou-se, esperando a resposta ‘dele’.

- Somos 9 estudantes que nunca fizemos mal a ninguém... e estamos em vantagem sobre você! - Josh comentou, mesmo nem se aproximando ‘dele’.

- Ahaha. - a coisa apenas rira.

- Essa coisa não precisa de motivo pra matar... - Jully falou.

- Jully, não o irrite...! - Christina chorava.

- Nunca... antes dele tocar no fio do cabelo dela, terá que passar por mim, primeiro... e eu estarei esperando! - Diego esbravejou, com ódio.

- Acho isso tudo muito bonito!!! - ‘ele’ ria mais. - Claro que vou dizer o que vim fazer aqui! Mas não penso em revelar minha identidade agora... - e todos perceberam que ele olhara para Nieve. Joey interrompeu.

- Então conhece a gente... e as Black Girls... e não quer revelar agora?? - Joey também comentou, na “conversa” com a coisa.

- Não... pois um de vocês vai sobreviver... e não vou pra cadeia por causa disso!

- Eu... - Nieve falara. - Eu sei quem você é! - ela revelou.

- Nieve... - Luanna olhou-a.

- Então... não vai contar... - a coisa riu, aproximando-se de Nieve.

Os estudantes espalharam-se assustados, e tudo aquilo se transformara em tensão. Nieve nem se movera. Ela sabia quem estava fazendo aquilo. Jully caíra no chão, com um estrondo que aconteceu naquela hora. Nieve chorou. Amanda surgiu com um estrondo enorme. Todos os casais da rua assustaram-se. Luanna espantou-se, pois ela trazia consigo um cabo de vassoura quebrado. Usaria aquilo como arma, mas para matar quem? Nieve sabia, mas nada dissera desde então. Christina caiu junto de Jully, no chão, machucando as mãos ao serem jogadas no chão. Joey aparou as duas nos braços, com a ajuda de Josh. Luanna e Britney desequilibraram e caíram próximas a Nieve. Diego segurou Britney, enquanto Justin segurava Luanna.

E foi para Nieve que Luanna olhou. O encapuzado já estava perto demais da moça de cabelos escuros antes de Amanda surgir, e por isso se jogou por cima dela. Ele iria matá-la. Luanna, ainda caída, agarrou-se nas mãos de Nieve. Ela chorou, e respondeu a ajuda de Luanna, enquanto ela a puxava para longe dele. Amanda nada dissera ou fizera. Apenas correu na direção de Jully e Christina. Joey gritou para ela ficar longe, mas ela estendeu a mão e as levantou.

- Depressa... desçam e chamem a polícia!!! - ela falara.

Joey levantou-se, assustado com Amanda. Josh entendera perfeitamente que não eram as Black Girls culpadas de coisa alguma. Elas ajudavam naquele momento de tensão.

Justin e Britney gritaram, acordando os outros para o que ocorria. O estava em cima de Luanna e Nieve, tentando esfaqueá-las e sendo impedidos pelas duas, com socos e pontapés. Britney levantou-se, na mesma hora em que todos correram na direção do encapuzado, pensando em derrubar aquele monstro e encurralá-lo. A situação de tensão transformara em confusão, pois todos caíram ao chão e se espancavam, sem saber exatamente em quem batiam, ouvindo apenas espasmos e suspiros de dor. A faca foi perdida de vista, a capa da coisa parecia colada nele, já que tentaram arrancar, sem sucesso. E ninguém tinha ideia de onde a faca brilhante prateada fora parar.

Foi então que Amanda derrubou todos com outro estrondo. Os jovens, caídos novamente ao chão, tontos e desequilibrados pelo barulho feito por Amanda, não enxergavam mais nada. Carros de polícia pararam embaixo do colégio, com a parafernália fazendo barulho, e todos os jovens da vizinhança correndo para ver do que se tratava.

E então todos se localizaram. Estavam todos próximos a porta do telhado, que dava para a parte interna do colégio. Todos, exceto Britney. A coisa sorriu, e perceberam que ele se agarrava a moça, com a faca brilhante em punho no pescoço dela. Imóveis e completamente paralisados, ninguém ousou se mexer. “Ele” então falou:

- Sempre foram bons alunos. Nunca tiveram nenhum problema com nada! Nem com nenhum professor. Nunca fizeram nada de errado... – a coisa dizia, e Britney chorava com a faca afiada presa ao seu pescoço. - Sempre foram os melhores. O melhor jogador de futebol, a melhor dançarina de balé, o melhor em xadrez, as melhores líderes de torcida... não estão cansados de serem os melhores??? Pois eu estou!!! Nunca deram oportunidade pra outras pessoas...

- Do que você está falando? – Amanda ironizava. Luanna, desesperada, esperava que ela fizesse alguma coisa, mas ela parecia confusa. Como se conhecesse aquele ser.

- Não se meta nisso!! - ‘ele’ dissera a ela. - Não estou falando com você, e sim com esses jovens! Não percebe que eles são os culpados de toda sua infelicidade? Eu fiz muito para te deixar contente, Amanda, mas você só queria ser como eles... normal, sem precisar de nada nem nenhuma mágica para se afirmar. Apenas ser você... - ‘ele’ falou, e todos estranharam.

- Mas... - Amanda lacrimejou.

Ela ainda não sabia quem era, mas já tinha escutado aquilo em algum lugar. E o pensamento de que aquela coisa estava matando em prol de sua felicidade a deixou chocada demais para sequer juntas os pensamentos.

- Ora, sempre estão em primeiro lugar em tudo... Mas tem que ter um espaço pra você nesse colégio... tem que haver espaço, minha filha...‘ele’ disse. Todos ficaram surpresos e chocados.

- Professor... Willa Ford???? – Jully gritou.

- Pai??? – Amanda abriu a boca, surpresa. - V-você causou... isso... - ela mal falava.

- Filha... – o professor olhava pra todos os lados. Tirou a capa. Revelou seu rosto velho e cansado para os jovens. Naquele momento, todos estavam boquiabertos.

- Pai, por que... – Amanda começou a chorar. – O senhor ficou louco??? Não devia... eu não... – Amanda se descontrolou.

- Minha filha... eu vi com que tristeza você chegou em casa, chorando porque não tinha conseguido passar no teste, deitou-se na sua cama e só chorava, não comia nem dormia... só pensava e falava: “Essas duas...” , não queria vingança??? Eis aqui a nossa chance. – e o velho enfiou a faca no pescoço de Britney, com os olhos frios e doentes.

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CAPÍTULO 23

Um grito fora ouvido, acordando todos para a realidade. Quisera ser uma brincadeira de um louco, mas era a pura verdade. Christina desmaiou, e Jully fez o mesmo, acordando Joey e Diego, que choravam sem piscar os olhos. Josh e Justin gritaram por socorro, berrando para a polícia ali embaixo subir o mais rápido possível. Nieve, ao lado de Luanna, berrou para Amanda, que parecia adormecida, em estado de choque. E a líder de torcida que dera o grito ao ver a melhor amiga cair no chão sem vida caiu de joelhos no chão, sem forças para se segurar. Mas a faca não estava mais em Britney.

Dava para escutar o barulho da polícia derrubando a porta da escola, e Joey e Diego arrastou as garotas desmaiadas para o mais próximo possível da porta. Inconscientemente nenhum deles queria sair dali, e deixar aquele homem vivo matar qualquer um dos amigos. Com extrema rapidez, o professor avançou em direção a Luanna, com a face em punhos apontada para ela, porém fora interrompido pelo corpo da filha, que se jogou na sua frente. Um novo grito fora dado, dessa vez de Amanda. Até mesmo o professor se assustara.

A jovem morena gótica fitou o pai pela última vez. Os seus olhos escuros estavam perdendo o brilho, a vida. Ele olhou para ela, os olhos esbugalharam-se e uma lágrima desceu rapidamente. Nieve gritou, Amanda caiu no chão. Luanna se soltou, foi até onde Britney estava. Chorou. Britney estava imóvel, e sem o sorriso que Luanna tanto amava.

Sr. Willa Ford arrumou a filha no chão. Ela disse, olhando pra ele:

- Que Deus tenha pena de você, pai...

- Filha... eu...

- Desculpem, gente! – ela fitou Josh pela última vez. E Amanda se foi.

- Nããããoooooooo!!! - o grito do homem ecoou na rua inteira.

O professor, cego, olhou para os jovens ali, fitando-o de volta, assustados. E todos ali viram que ele estava descontrolado, a faca suja com sangue de Britney e da filha na mão, escolhendo mais um deles. E então ele olhou para Luanna.

A faca brilhava mais uma vez na direção dela, que chorava próximo ao corpo de Britney. Josh e Diego gritaram para que ela fugisse. Não deu tempo de fazer nada. Assim que ela virou o rosto, a faca afiada entrou no estômago de Justin, que se jogara na frente dela no exato momento da faca ser enterrada em suas costas. O grito de Luanna fora a última coisa antes da chegada dos policiais na parte de cima do colégio. Justin caíra ali em cima dela, e ela ajeitou seu corpo para que ficasse no seu colo. A menina olhou o professor pela última vez. Tinha ódio nos olhos. Lágrimas derramaram dos olhos dela.

- Vá... para o... inferno... – ela trincou os dentes.

A polícia rapidamente tomou conta da situação, apontando todas as armas para o homem que segurava uma faca. Os corpos no chão marcavam um cenário aterrador.

- Se afaste dos jovens devagar! – o chefe de polícia falou para o professor.

Vendo a parafernália de policiais e de corpos, e de sangue e lágrimas, o professor não pensou em nada. Apenas pulou do telhado, gritando até o baque do encontro do seu corpo com o chão, na frente do colégio. Todas os policiais que estavam na entrada do colégio viram que ele caíra propositalmente por cima da faca, que cerrou em seu coração, matando-o na hora.

***

Luanna estava impaciente no hospital. De todos os jovens sobreviventes do colégio naquela noite, ela fora a única que ainda não dera depoimento. Os outros estavam no hospital, contando ao delegado das mortes naquela noite e de toda a encrenca no telhado com Willa Ford. Mas Luanna nada falara. Não a deixaram entrar no quarto onde Justin estava. Os pais dela chegaram junto com os pais dele no Hospital de Oxford pra onde Justin fora encaminhado rapidamente.

Josh, Christina, Joey, Jully e Diego chegaram perto dela assim que os policiais os liberaram. Abraçaram Luanna e os pais dela, como também os de Justin. Nenhum médico trazia notícias do estado dele, deixando-os numa angústia permanente. Ninguém parecia acreditar que tudo aquilo havia acabado. E o mais difícil era entender as razões de Willa Ford. Quem era ele realmente? Por que fizera aquilo? Eles pensavam, sem esperanças de respostas rápidas. Na certa seria especulação para a mídia, enlouquecida com o massacre no Oxford High School. Logo chegou um médico.

- São os pais de Justin Harless? – ele perguntou.

- Sim... Somos... doutor!!! - Ginnie desesperou-se. Paul a tomou nos braços e perguntou: - Ele está bem, doutor!?

- Está em observação, o estado dele é estável. A faca perfurou fundo, houve hemorragia, mas a contivemos com a cirurgia. Nesse momento ele está em sono induzido para se recuperar! Portanto nada de visitas ainda.

- Mas...

- Sra. Harless. Temos que ter esperança. O Justin vai ficar bem! – Christina disse, mais calma.

- Tá... tudo bem. Graças a Deus!!!

O sol já nascia, aquecendo os meninos daquele fim de semana macabro. E todos se surpreenderam com a aparição de Nieve na sala de visitas do hospital. Ela chorava muito, e parecia procurar alguém. Josh apontou pra ela, e todos viraram a cabeça para vê-la.

Nieve assustou-se. Ia dando as costas, com um ligeiro aceno para eles, quando ouviu Josh e Joey chamarem ao mesmo tempo.

- Nieve... – Ela virou-se, olhou pra eles. E correu para onde todos estavam. Abraçou-os. Todos a abraçaram e choraram.

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CAPÍTULO 24

5 de Novembro. O sol esquentava o dia. As pessoas voltavam pra sua vida normal, ainda um pouco estarrecidas com o que escutavam na imprensa sobre aquele Halloween. O massacre era assunto de vários noticiários daquela cidade, e repercutiu em todo país. No colégio ainda não havia voltado as aulas, em sinal de luto pelos que morreram. Flores e velas traziam beleza e esperança no portão da frente. Assim também estava no hospital, e na casa de cada um daqueles jovens. A cidade se mostrava solidária.

O delegado conversava com Josh quando Luanna entrou no quarto para ver Justin. Ele fora liberado para receber visitas, já havia acordado do coma, mas seu estado ainda era estável. Mas quando Luanna entrou, ele dormia, quieto. Ela se sentou numa das poltronas ao lado da cama onde ele estava. Pegou na sua mão. Olhou para o chão, calada; e depois para ele. Começou a conversar.

- Oi, Justin...

Achou que fosse besteira, mas mesmo assim continuou.

- Sabe, sua mãe pediu que eu falasse com você, que você ia ouvir. Não sei se ela está certa, mas eu tô aqui pra tentar. Nem parece que aquilo acabou. Parece que eu ainda escuto os gritos... – começou a chorar. – das meninas... - mal conseguia terminar o que começou.

Baixou a cabeça, chorou um pouco, depois, mais contida, continuou:

- Eu queria fazer alguma coisa... mal conseguia me mexer do lugar... Justin, eu... não sei o que vai ser da gente agora, sem eles pra completar a turma, vai sempre sobrar um espaço, que não será preenchido, porque... pode até aparecer alguém, mas ninguém vai nos fazer rir como eles faziam...

Sorriu baixo, lembrando-se dos bons momentos com eles:

- O Chris... ele me dizia que queria ser piloto de Fórmula 1. Ele queria pilotar uma McLaren. A Jessy e o Nick sonhavam em morar juntos na fazenda de Oklahoma, eles queriam ter dois filhos depois que o Nick se formasse em medicina. A Britney sonhava alto no esporte, queria deixar de ser líder de torcida pra se dedicar à ginástica olímpica... Sabe, Justin, eles vão deixar saudades, eles vão fazer muita falta!!! – Luanna chorava agarrada na mão de Justin.

Nenhuma resposta, apenas a respiração fraca dele, e o som das máquinas ligadas ao seu corpo.

- Aquilo foi um pesadelo, aquelas lembranças sempre ficarão na minha mente... não vou esquecer facilmente... nem no banheiro, onde a gente viu... – ela parou, pensando uns segundos. – Você me beijou lá.

Outra pausa, depois ela olhou pra ele, séria.

- Queria que fosse eu no seu lugar. Por que você pulou lá!? Você devia ter deixado ele... - ela parou de falar.

Não conseguia pensar em porque Justin tenha feito aquilo. Não sabia se a amizade dela valia tanto para que isso acontecesse.

- Sabe, Justin, fica comigo! Não me deixe sozinha. A Britney era a minha melhor amiga. Não quero perder mais um. - ela limpava as lágrimas. - Especialmente você, porque... você é especial. Você não é ‘mais um’... Você... eu... eu amo você, Justin, e você não vai me deixar só. Eu não sei viver sem você. - beijou-lhe a mão. - Você sempre me salva de tudo, essa mania sua de sempre me tirar de todas as encrencas! Não devia ter se metido lá, na frente daquele louco. Era pra ser eu, Justin... era pra ser eu!!! - ela chorou, ao pé da cama.

Levantou-se, com a face vermelha. Olhou as máquinas, piscando e fazendo um barulho irritante.

- Sempre me tratou com carinho. Eu amo você, amo muito. Você não é só um melhor amigo pra mim. Sua mãe me disse que eu falasse tudo o que o meu coração está sentindo, ele também não quer que você vá porque você está dentro dele! Não vá, e não me deixe aqui, Justin...

- Eu não... teria coragem! – Justin respondeu, fazendo Luanna levantar a cabeça. Ele estava de olhos fechados.

- J-Justin... você... está acordado!?? – Luanna apertou as mãos dele. - Todos estavam... preocupados com você! - ela disfarçou.

- Eu também queria dizer que te amo... – ele disse, abrindo os olhos, e olhando pra ela.

- Eu...

- Sempre te amei...

- Justin...

- Sempre te amei... Lu... - uma lágrima escorreu dos olhos dele.

- Justin...

- Chiii... deixa eu terminar de falar...

- Eu...

- Amo você! Amo você! - era a única coisa que ele conseguia falar.

- Justin, não fala! Você está ainda de repouso.

- Sei que a gente ainda era muito criança, mas nunca esqueci do nosso primeiro beijo... - ele abriu os olhos, olhando pra ela.

- Nunca consegui esquecê-lo, também!

- A partir daquele dia, você já não era só minha amiguinha. Te ver sofrer por outros caras sem poder dizer que te amava era duro pra mim. Te ver beijando outros caras também não era fácil...

- Nunca gostei de nenhum deles. Achava que era loucura esse sentimento que tinha por você e tentava esquecê-lo com outras pessoas. Mas não foi possível, Justin, você sempre foi maior!

- Nem eu conseguia entender como amava a minha melhor amiga, que me confiou tantas vezes em segredos que jamais poderiam ser contados!

- Desculpe...

- Não tem que pedir desculpas... e não é justo eu ir embora agora que meu maior sonho está dizendo que me ama...

- Justin... – ela ria. – Eu amo você!

- Não vou deixar você... – ele respondeu-lhe. – Nunca deixaria você sofrendo por mim. Eu te amo tanto que não teria essa coragem! – ele disse, baixando os olhos.

Ela o fez rir:

- Garanto que se você não tivesse cheio de fios enrolados no nariz, eu te daria um beijo.

- Então não pensa nesses fios e vem cá... me dá um beijo!

Ela se levantou, beijou Justin ternamente nos lábios. Um beijo pequeno, mas cheio de amor. Um enfermeiro entrou, observando aquela cena, terna.

- Garota, não pode beijá-lo. Está em observação...

Os três começaram a rir.

- Achei que você não estivesse escutando. Achei que era besteira da sua mãe...

- Minha mãe sabe das coisas...

- Você ouviu tudo, né?

- Toda a sua confissão. – ele riu. – Não pensei que você sentisse isso por mim. Essa história de melhores amigos me fazia ficar cada vez mais confuso.

- Eu também achava isso. Mas, quem melhor cuidaria de mim senão aquele que me conhece melhor do que ninguém? – ela olhou pra ele. Ele respondeu-lhe, com a mão na sua face:

- Eu também amo você... e quero está contigo por toda a minha vida!

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CAPÍTULO 25

- Luanna... - o delegado segurava na mão da jovem, próximo a Justin. Ela só aceitara dar depoimento junto a ele, e por isso o policial entrou no quarto onde ele ficara, junto dos pais deles. - O professor tinha algum problema com vocês na sala de aula!?

- Não... - ela falava baixinho. - Ele era normal. Exatamente como os outros! Sorria e falava normal! Nunca pensei que... - ela parou.

- Ele... - Justin falou. - Ele estava diferente naquela noite!

- O motivo de tudo fora a filha dele. Vista como excluída pelo colégio. E ela ainda não fora aceita pelo time da torcida, que era presidido por você e Britney Owen. – o delegado falava, segurando uma foto das jovens da torcida do colégio.

- É... - Luanna pensava se tinha, com o ‘não’ a Amanda, assinado sua sentença de morte. - Teria sido diferente se nós disséssemos ‘sim’!? - ela perguntou ao policial.

- Não se culpe dessa forma, Luanna. Independente do que disse, ele ainda seria um louco qualquer! Segundo depoimentos de estudantes e funcionários do colégio Oxford High School, Amanda, Melanie e Nieve não eram aceitas em nenhum lugar onde tentavam se infiltrar. E ele tinha o perfil de sociopata. Se não fosse com vocês, seria com qualquer um.

- Meus amigos, estão mortos! - ela derramou uma lágrima, fria e dolorosa.

- Infelizmente... trotes de Halloween acontecem todo ano nas casas de Oxford, mas esse foi um ato cruel e de extremo sofrimento para toda a cidade. Agora descanse bem. Já temos o suficiente para completar as investigações. – o delegado seguiu, saindo do quarto, junto com os pais dos dois, deixando-os sozinhos nos quarto.

***

Naquela noite, Luanna ficou para dormir com Justin, no hospital. Sua mãe deixara uma manta para ela cobrir-se de noite, conversando com Ginnie sobre tudo o que aconteceu. Diego, Joey e Christina estavam sentados na sala de espera, enquanto Jully, Josh e Nieve buscavam café pra todo mundo. Eles esperavam Luanna aparecer, para se despedirem dela, pois passaram a tarde lá, e precisavam descansar em casa. Joey abraçava Christina, os dois chorando um pouco pelo que aconteceu. Jully e Josh chegaram, enquanto Nieve pedia a enfermeira ali perto uma bandeja. Os outros a esperaram chegar, e comentaram:

- N-não... - Christina limpava as lágrimas. - Não tenho condições de dormir em casa!!! - ela chorou.

- Eu... - Jully disse. - Também estou assustada...

- Mas e o que faremos!? - Josh perguntou as duas.

- Minha... - Nieve falou. - Minha casa é grande... moro só com meu pai... ele pode deixar a gente dormir... - ela parou de falar. Achou que estava sendo tola de propor aquilo. Josh a ajudou.

- Fala, Nieve! Pode dizer o que tem em mente!

- Bem... podemos dormir juntos no meu quarto... é grande e há espaço pra todo mundo! - ela sorriu, triste.

- Podemos falar com nossos pais! - Joey apoiou. Nieve olhou surpresa pra eles. Combinavam como se esquecessem de que ela era das Black Girls, confiando nela, como uma amiga qualquer.

- Minha mãe entende! Eu estou triste... - Christina dizia.

- Vamos... - Josh ordenou. - Esperaremos a Luanna para se despedir. Ela vai passar a noite aqui!

Eles combinavam, esperando a amiga arrumar as coisas no quarto que Justin fora transferido, decorrendo da sua melhora da cirurgia. Luanna saiu, e todos deram a notícia a ela.

Ela sorriu, amigável. Achou uma boa idéia todos dormirem juntos naquela noite. Pegou nas mãos de Nieve, agradecida. Ela lhe sorriu. Luanna, com um sorriso na boca, falou:

- Pessoal... - ela sorriu. - Não é oficial, mas... - ela parou.

- O quê? - Jully ficou curiosa.

- No colégio... - ela ficou séria, tendo que falar naquilo mais uma vez. – Lá, enquanto estávamos separados... a gente se escondeu no vestiário masculino... e lá... o Justin... Ele me beijou! - ela disse.

Christina colocou um leve sorriso nos lábios, e abraçou Luanna. Josh sorriu. Pegou no rosto dela e disse:

- E então... Vocês abriram os corações?

- Não lá... mas aqui! - ela disse.

- Estão namorando, Lu? - Jully perguntou sorridente.

- É! - ela sorriu. Diego a beijou, e todos tiveram um momento muito pequeno de alegria.

Nieve ficou curiosa, pois aquele tempo todo tinha pensado que Luanna já namorava Justin, pois ela sentia o amor de um pelo outro dentro deles.

Luanna voltou pra dentro do quarto onde Justin deitava-se na cama, com a ajuda da mãe. Ela ajeitou sua pequena caminha ao lado da cama dele, e pediu aos amigos que entrassem. D. Ginnie saiu do quarto, beijando Luanna e o filho, e dando boa noite aos outros que entravam. Joey e Josh apertaram a mão de Justin. Ele exclamou um pouco, de dor, fazendo Luanna ajeitar um travesseiro que havia debaixo dele. Ele sentou-se, e todos sorriram ao ver Luanna tomando de conta dele.

- O quê... é tão engraçado? - Justin exclamou.

- Você deitado numa cama, sendo paparicado como sempre sonhou, por quem sempre sonhou! - Joey sorriu, pegando na mão do amigo.

- Então ela contou? - Justin disse, fazendo Luanna rir.

- A gente já estava acostumado com vocês dois. - Jully falou.

- Eu até pensei... – Nieve se via mais uma vez pensando estar entre amigos, e logo se repreendia.

- Pode falar... – Jully pegou-a pela mão.

- Não precisa se incomodar conosco, Nieve! Está entre amigos agora. - Christina também acompanhou.

- ... – ela riu, acanhada. – É que eu sempre pensei que eles fossem namorados, pelo que eu sentia quando os via... - ela parou, talvez fosse melhor não falar de sensitividade.

Luanna apenas riu. Justin falou mais baixo, um pouco cansado:

- Talvez perdemos um pouco de tempo! – ele riu.

- Então? – Luanna sentou-se na cama de Justin, pegando na mão dele. - Vão dormir hoje na casa de Nieve?

- Ah, é? – Justin comentou.

- Sim, vamos falar com os papais e veremos! – Diego observou o soro que Justin tomava, curioso.

- Pena que não vou participar! – Justin riu.

- Deve descansar, meu amigo! – Joey falou.

Justin não perdoou e soltou um comentário:

- É impressão minha ou vocês não se largaram mais?? – apontou para Christina.

Ela corou, envergonhada. Joey riu baixo. Diego sorriu pra Jully, e todos foram atrapalhados pela lembrança que Nieve teve.

- O baile... – ela lembrou-se do baile de formatura da turma do 3º ano. A turma dos garotos.

- Definitivamente não tenho clima para formatura! – Josh falou.

- Nem eu... – Joey completou. - Prefiro não comemorar...

- Tudo bem... – eles sorriram, entre si. – Não iremos! – terminaram. – Comemoramos a das meninas ano que vêm.

- Nick e Jessica seriam coroados Rei e Rainha, sem dúvida. – Jully sorriu triste com a lembrança.

- Agora temos que deixar o Justin descansar! – Luanna falou.

- É mesmo!! – Josh lembrou-se. – E vamos falar com nossos pais... – ele encaminhou todos pra fora do quarto. Voltou-se para avisar Luanna. – Lu! Tem centenas de jornalistas ali fora! Não sai muito, tá!? - ele acariciou-a na face.

- Tá... boa noite! - ela beijou-o. Fechou a porta do quarto.

Justin riu. Ela chegou ao pé da cama dele. Observou o soro. Ele olhou-a, acariciando a mão dela com a dele, um pouco dolorosa por causa da agulha onde ligava o soro. Ela tirou a mão dele de cima da dela, colocando num lugar mais baixo e menos dolorido. Puxou o lençol dele, cobrindo-o. Uma enfermeira entrou para verificar o soro dele. Sorriu pra Luanna e saiu, em seguida. Ela terminou de cobrir Justin, beijou-o nos lábios e disse:

- Agora dorme. Amanhã é outro dia!

- Adoro ter você aqui... - ele disse a ela.

***

Naquela noite, todos os outros conseguiram convencer os pais a os deixarem dormir na casa de Nieve. Era de fato uma grande casa. O pai de Nieve trabalhava para uma empreendedora, quase sempre estava fora. E deixava a filha aos cuidados de empregados. Nieve mostrou a todos o quarto dela. Surpreendentemente, isso Christina e Jully perceberam bem, é que ela não tinha nada preto ou que mostrasse que ela era bruxa. Nada de parede preta, quadros grossos e feios, pinturas diferentes, nada desse tipo. Nieve era extremamente normal.

Josh pegou os colchões com Joey e espalhou pelo chão do quarto enorme de Nieve. Jully e Christina forraram com outros lençóis secos e cheirosos, enquanto Nieve e Diego afastavam os móveis que ficavam no meio do caminho. E assim, o chão do quarto de Nieve passou a ter, além da cama dela, enorme, mais cinco colchões próximos.

Nenhum daqueles, naquela noite, falou sobre o professor. Na verdade queriam apenas descansar. Aquele dia mal dormido ficava para trás. E eles sentiram que tudo poderia ficar normal novamente. Eles precisavam apenas de união. Dos amigos, todos eles. E Nieve agora era um deles.

***

Era madrugada quando Diego acordou de repente. Estava todo suado quando se levantou do colchão que dormia. Observou ao redor. Apenas uma pequena luz iluminava todo o quarto, e ficava próxima a cama de Nieve. Ele estava mais afastado dela. Todos dormiam fazendo apenas o barulho tranquilo da respiração. Christina até sorria, e ele observou que Joey tinha o braço ao redor da cintura dela. Sorriu de leve.

Ouviu um pequeno sussurro na janela. O vento fazia voltas na cortina branca, e Diego teve a impressão de ver pequenos pontos brilhantes entrarem no quarto. Eram as estrelas que brilhavam incandescentes no céu lá fora. Ele nem se levantou. Sentiu alguém tocar na pele dele, e deu de cara com Jully, maravilhada com aquele espetáculo no céu de Oxford aquela noite.

Diego olhou praquela garota. Jully era a mais nova das amigas, e ele sempre tinha prestado atenção nela. Ora, aquela turma se conhecia desde criança, e Jully sempre fora a que ele achava mais bonita. Lembrou-se por muitas vezes quando haviam feito votação com os meninos sobre quem era a mais bonita, e ele sempre votava em Jully, apesar de Luanna ganhar, pois tinha os votos de Josh, Chris, Justin, e Joey mudava o voto de Britney para Luanna, dependendo do humor dele no dia. Nick sempre votava em Jessica. Mas ele não. Sempre votava em Jully. Ele sempre cuidava dela.

E agora, ela estava ali. As estrelas azuis rimavam com seus olhos, e brilhavam constantes. Nieve tinha prismas na janela, e aquele espetáculo tornou-se mais bonito ainda aos olhos de Diego. E ele já não sabia se as estrelas eram mais bonitas que Jully. Não Jully, a pequena do grupo, mas aquela mulher que desabrochara. Jully notara o olhar encantado dele.

- O que está olhando? - ela sorriu.

- E-eu... - ele acordou-se de seus sonhos. - Estou olhando as estrelas, mas aí seu rosto brilha como elas e eu me perco!

- Oh, Diego...

Ele sorriu. Jully ria sempre de Diego. Ele era o atrapalhado, mas pra ela era apenas mais um charme entre inúmeros dele. Diego sim era o mais bonito da turma pra ela. As meninas nunca faziam votação, mas ela tinha a resposta dela reservada na cabeça para quando perguntassem.

- Lembro-me de você me paquerando quando pequena! – ela disse. Diego ficou vermelho.

- Ah.. – ele riu. – Claro! Eu também lembro!

- Você... – ela ficou triste e cabisbaixa, e Diego percebeu as estrelas dos olhos delas escorregarem para o chão. – ficou sempre ao meu lado naquele... – ela parou. Respirou e continuou: – pesadelo...

- Fiquei... – ele também se lembrou de tudo rapidamente. – Fiquei com medo de algo acontecer com você! Imagina, sempre fiquei ao seu lado, e não seria naquela hora que deixaria nada te acontecer!

- Então posso te chamar de meu herói!? – ela voltou a olhar, esquecendo de novo o pesadelo.

- Pode... – Diego sorriu. – E como herói oficial, mereço ganhar meu prêmio!

- Claro... – Jully mexeu seu rostinho brilhante e o beijou.

________________________________________

CAPÍTULO 26

Aquela manhã, a empregada de Nieve acordou-os com o sol do outro dia. Eles sentiram-se melhor por terem passado a noite tranquila na casa da nova amiga. Os seis desceram e tomaram café, sem comentar nada. A empregada de Nieve fez ovos e bacon, e suco de laranja. Flores preenchiam a mesa do café, dando um pouco de cor aqueles jovens quietos.

Jully quebrou o silêncio, falando:

- Como será que Justin e Luanna dormiram ontem!?

- Devem ter descansado como nós! – Josh respondeu.

- Claro que sim! Ele estava em boa companhia! A namorada cuidou bem dele! – Joey fez todos sorrirem.

- Acham que estamos em paz agora? – Nieve perguntou, fazendo todos aquietassem.

- Acho... – Josh conseguiu responder. – Acho que sim, embora isso tenha nos custado caro! – ele falou.

- Podemos esquecer isso por um momento, não é? – Christina perguntou, fazendo Joey responder:

- Acho que precisamos estar unidos agora! – ele tocou-a na mão.

- Eu... queria perguntar uma coisa, aqui... na frente de vocês! – Diego quebrou o silêncio.

- Claro... – Josh permitiu.

- Não é pra você!! – ele riu. Olhou os olhos de Jully. – É pra você!

- Ah... – Christina riu baixinho. Joey e os outros também. Jully ficou tímida, mas respondeu:

- Pra mim??? – ela riu. Olhou todos e disse: – Pergunta... – já adivinhava o que era.

- Quer namorar comigo!? – ele perguntou, entregando uma daquelas flores que estavam na mesa.

- Ai... que linnndo! – Christina choramingou.

- Diego! – Jully riu. – Claro! – ela abraçou-o.

Todos sorriram naquela manhã. As cortinas amarelas balançaram com o vento fresco, e todos se sentiram felizes por um segundo momento. Não seria difícil terem mais momentos de felicidade, eles pensaram. É, precisavam estar juntos. Eles eram melhores juntos. Sim, estavam em paz agora.

Joey espiou os olhos de Christina, puxou-a para próximo dele, e ninguém exceto Josh notou que cochichavam.

- Eu teria um momento romântico desses a qualquer tempo... Mas e você??? O que me diz se eu pedisse você em namoro??

Christina sorriu, e uma lágrima de felicidade desceu de seu rosto jovem e branco. Ela pegou na mão dele, e conseguiu suspirar a resposta.

- Foi a coisa mais linda que alguém me disse, em toda a minha vida! – ela sorriu.

- Então, quer me namorar!? – Joey ficou surpreso.

- Você foi quem mais mexeu comigo nesses últimos tempos... E quem mais me apoiou!

- Você não saiu da minha cabeça o tempo todo... Era você quem eu deveria proteger o tempo todo! – ele falou. – Dormir ontem abraçadinho com você foi mágico! Você me acalmou, trouxe a paz que eu precisei! – ele disse.

- Claro que aceito! – ela derramou outra lágrima, mas sorria.

Josh esqueceu a felicidade de Jully e Diego por um minuto, e chamou a atenção deles pro outro casal que ali formava.

- Parece que há outro casal aqui na casa!!! – ele riu.

Os outros olharam curiosos, e ficaram surpresos. Jully riu.

- Christina... – ela estranhou, pois Christina nada dissera de estar louca por Joey ou algo parecido.

- Não sabia, Jully... Não sabia até sexta-feira passada! – ela riu.

- Então é um casal! – Nieve falou, rindo. Sentiu-se feliz, e pela primeira vez, sentiu-se da turma.

- Eu amo vocês!!! - Diego sorriu.

***

Os amigos já tinham sido enterrados, e até David Willa Ford, professor de Química da escola secundária de Oxford fora enterrado, no mesmo cemitério deles, no mesmo dia. A população de Oxford retornava a vida cotidiana.

Justin saiu logo do hospital. Todos ficaram felizes por ele ter se recuperado tão bem. Reuniram-se na casa dele para uma pequena festa de boas vindas, e escutaram o noticiário, calados.

- Boa noite... O que falaremos aqui não é de todo agrado para a sociedade! Não é de gosto de nenhum pai de família que confia seu filho nos ensinamentos do país. Um lugar do Mississippi, onde todos viviam pacificamente num feriado comum em toda a América, se vê envolto numa noite de terror, sangue e violência. Um homem, formado em Química em Wales, de 41 anos, professor do Oxford High School, na cidade de Oxford - Miss., que ensinava a turmas de jovens saudáveis e divertidos, acabou por cometer um terrível massacre no próprio colégio onde ensinava. Atraindo os jovens para o colégio num inocente trote de Halloween, ele os prendeu lá e começou sua armadilha de terror. No final, 7 mortos. Um deles fora sua filha, Amanda Ford, que fora o motivo da matança. Amanda descobrira que o assassino era o pai. E por causa disso, tentou evitar, sendo morta acidentalmente por ele. O fim do professor, autor de todas as sete mortes, foi o suicídio. Ele pulou do telhado do colégio, onde encurralou os jovens no fim do massacre, em direção ao chão. Sara Reik, repórter do Canal 4, de Oxford - Mississippi. – dizia para o mundo.

Mas não era hora de falar em mortos. Eles desligaram a tevê, e riram dos novos romances da turma.

***

Luanna foi deixar Justin na sua cama, o deitando e o cobrindo. Josh estava na sala, junto com Christina e Joey, se despedindo dos outros. Os pais esperavam seus filhos para os levarem pra casa, sãos e salvos. Jully já havia ido com Diego e os pais deles. Os pais de Luanna esperavam-na na sala, conversando com os pais de Britney e Justin. O casal Owen iria acompanhar os McLean quando fossem embora.

- Estou indo... – disse Luanna. - Vê se descansa! Hoje você andou muito! Não esquece que o médico pediu pra você ficar quieto! Sem esforços... e tome os remédios!

- Só você mesmo me lembra de tomar esses remédios... aliás, me dava na boca!!! Não é justo você me abandonar agora!!! Eu só descanso se você ficar aqui comigo. – ele disse, segurando na mão dela.

- Não posso. Queria eu, mas também tenho que ficar com a minha família. Eles precisam de um tempo comigo! Não foi fácil superar a dor dos outros pais! - Luanna falava.

- Tá bom. - ele sorriu. - Tem razão!!! Minha mãe cuida de mim enquanto você não tá!

- Quem que você gostou mais!?? Christina & Joey, ou Jully & Diego??? Poderia ter até um Nieve & Josh!!! - Luanna sorriu. Justin sentou na cama, abraçando-a.

- Sempre, sempre gostei mais de Justin & Luanna!!!

Luanna sorriu. Beijou-o e levantou-se, para ir embora.

- Boa noite, meu amor. - ela falou, na porta.

- Boa noite, meu amor! - ele repetiu, apagando a luz para dormir.

 

UM ANO DEPOIS...

O cemitério não cabia mais de gente. Toda a cidade, na lembrança do crime que aconteceu no último Halloween, enchia o Cemitério Central de Oxford. Todas as famílias chegavam, com seus filhos vestidos elegantemente de paletó e gravata, e as filhas, com longos vestidos pretos. A cidade ficou de luto novamente.

O diretor do colégio, juntamente com o prefeito da cidade, pessoas importantes da política, o delegado e jornalistas, preenchiam o palanque montado por Ben Williams no cemitério. O padre começou a rezar a missa.

Justin sentou-se próximo ao rio que havia no meio do cemitério. Joey, Diego e Josh também foram até ele. Jully e Christina estavam com Nieve ouvindo o padre rezar. Luanna foi ao último túmulo que faltava visitar, o de Britney. Sempre que podia, ela ia lá, deixava flores e conversava. Os romances novos; a suspensão do baile de formatura dos meninos em luto aos que morreram naquele dia; a ida de Josh, Diego e Joey para a faculdade, nos cursos que sempre sonharam: Josh e Justin na sala de Direito, Joey na sala de Engenharia, e Diego na de Arquitetura; o medo delas perderem os namorados para Universitárias mais bonitas; das amigas novas na sala do 3º ano; as metidas que invejavam quando um repórter vinha perguntar alguma coisa; o yearbook do ano passado, cheio de mensagens de apoio; a foto mais bonita dela junto a Jessica que saiu numa homenagem especial na última capa do yearbook de todo estudante do colégio; o baile daquele ano, que se aproximava, e a faculdade que esperavam entrar, para ficarem junto dos meninos.

- Sinto sua falta, Britney Owen... Não sabe quanta!!! – ela disse, lacrimejando. Justin foi pegá-la.

- Vem, Lu. A missa acabou e o diretor vai começar o discurso dele. – ele ajudou-a a se levantar e limpar as lágrimas.

Todos voltaram ao palanque. Os pais observavam os filhos, nas cadeiras do outro lado, rezando praqueles que não iam voltar mais. Nieve também estava ao meio daquela turma. O diretor, enfim, se aproximou e pediu de volta a atenção de todos, naquele ensolarado dia de homenagens.

- Há um ano, sete estudantes deixaram sua ausência no nosso colégio. Deixaram saudades da família e dos amigos. Deixaram a sua vontade de ter um mundo menos violento e deixaram os seus sonhos, ainda a serem realizados. Ninguém sente mais isso do que seus familiares. Ninguém vai sentir mais isso do que eles. E por esta razão, começamos a homenagear aqueles que se foram, pois por eles devemos manter viva a esperança. A esperança que nós mesmos tivemos enquanto jovens, mas não realizamos, e passamos para a próxima geração. A mesma geração desses jovens que aqui rezam nesta tarde.

Melanie Owen chorou agarrada ao marido, Jamie, que a acalentou junto ao peito. Ginnie e Paul Harless assentaram a mão sobre a cabeça dela, calorosa e cheia de carinho. O diretor continuou.

- O que esperamos do próximo depois daquele dia? Se uma pessoa que se mostrava normal, capacitada e fiel aos preceitos de ética e moral, demonstrou-se completamente sem razão? Devemos vingar? Sentir pena, ódio, rancor? Eu sou um cristão e digo que a melhor maneira é resolvermos isso na fé! Tenham fé, e continuem sonhando em dias melhores! É nas mãos de Deus que deixamos nossas vidas! É a Ele, e por Ele que devemos confiar e perdoar! Não peço que sigam essas palavras, mas as coloquem em seus corações, e verão que é por esse caminho que conseguiremos o mundo tão sonhado.

Todos observaram atentos essas belas palavras do diretor. Nenhum aplauso foi dado, pois não era motivo de aplausos. Todos lembravam tristes ao ver as fotos dos sete jovens que morreram na noite de 31 de Outubro do ano que passou. Aqueles que não tiveram festa de formatura, e agora estavam na faculdade, não se sentiram mal! Pelo contrário, deixaram suas comemorações em luto e respeito aqueles que se foram. E teria ainda o baile da nova turma do 3º ano. Todos poderiam comparecer àquela noite especial. O diretor falou, para encerrar seu discurso:

- Eu não sou o mais indicado para falar sobre os jovens que se foram. E por isso, eu queria chamar aqui no palanque a presença de uma das que passaram por aquela noite. Uma das que sabia e conhecia cada um daqueles que não estão mais aqui. A estudante do 3º ano do nosso colégio, Luanna McLean, para uma pequena homenagem a seus amigos.

Todos observaram Luanna. Ela caminhou, aos olhos de toda a população de Oxford, vestindo preto, com um pequeno papel na mão. Muitos se perguntaram se o discurso seria só aquele. Ela chegou ao pedestal, deu a mão ao diretor e ao prefeito, acenou para o delegado e para os jornalistas, e beijou as mãos do padre que celebrara a missa e estava ali sentado.

Voltando ao pedestal, um pouco mais alto que o palanque, começou a falar, virada para toda a população e todos os estudantes do Oxford High School:

- Todos vocês que estão aqui presentes hoje souberam da trágica história que houve aqui em Oxford! - ela começou, falando e olhando para cada pessoa dali. - Não vai demorar muito para que isso não passe apenas de uma página de um livro, uma ou outra homenagem numa nota de jornal, lembrando! Mas eu, sobrevivente dela, posso garantir a qualquer um de vocês que em nossas mentes, nas mentes dos alunos do Oxford High School... - ela engrossou a voz. – Na mente daqueles que sobreviveram como eu... Nunca essa história será apagada! Porque não foram estudantes que morreram, não foram só os filhos da vizinha, ou os primos dos nossos pais, mas sim, nossos amigos. Pessoas que, de um jeito ou de outro vão fazer falta em nossas vidas; elas deixaram muita coisa aqui, deixaram muitas alegrias que ainda iríamos vivenciar, muitos sonhos a realizar, deixaram as marcas que fizeram nos nossos corações, e, de amigos, não... nós não esquecemos! - ela mudou a feição do rosto, rude. Agora ela estava iluminada. - Porque ninguém ria como a Jessica, ninguém contava piadas melhor que o Chris, ninguém jogava futebol tão bem como o Nick, ninguém fazia o melhor bolo de chocolate que a Britney. - ela citou os amigos, um por um. Lembrou dos que não eram amigos. Continuou: - Não conhecia bem os outros... nós não éramos muito amigos... mas eles também tinham seus grupos... - ela parou. - Eles também eram amigos de alguém! E acredito que no fundo, nossos também. Não julgamos as pessoas, porque quando menos esperamos, elas mesmas são quem salvam as nossas vidas! - ela olhou pra Nieve nessa hora. - Elas que dão a mão quando precisamos, elas que provocam explosões quando precisamos... - ninguém entendeu nessa hora, apenas os que estavam no telhado na hora que Amanda entrou. Nieve derramou uma lágrima, olhando Luanna falar. Ela continuou: - Eles também tinham sonhos... e suas qualidades mais profundas... e acredito que agora estão em paz! Esperando que nós fiquemos em paz também! Por isso, decidimos não chorar mais! Não chorar por aqueles que se foram, lamentando e sofrendo. Sentir saudades sim! Sempre! Foram pelas pequenas coisas, as pequenas marcas que não serão apagadas, que não serão substituídas, serão por elas que eles sempre estarão entre os melhores no nosso coração!!! E pra vocês, meus amigos... – Luanna dizia, olhando pro céu. – eu trouxe algo. Algo que saiu do fundo do meu coração, e reflete o que todos vão esquecer um dia nesse mundo violento: a AMIZADE. A NOSSA amizade.

Todos escutavam aquilo calados. As mães dos que se foram choravam. Ginnie via no fundo dos olhos de Luanna que ela lacrimejava de saudades. Christina e Jully também choravam. Josh, Diego, Joey e Nieve observavam Luanna, abraçados. Justin estava quieto, atento a tudo o que ela dizia. Ela abriu o pequeno pedaço de papel, olhou pra todos e leu:

- “Existe em minha vida memórias que sempre mudam. Alguns mudam para sempre. Alguns se vão, e alguns ficam. Todas essas memórias significam muito. Como amantes e amigos que nunca se vão. Eu sei, eu tenho que parar de sofrer e pensar sobre eles, mas em minha vida, eu amo cada vez mais!” – houve um silêncio, e Luanna continuou dizendo, agora mais baixo. – Meus amigos, vocês vão estar sempre em nossas lembranças... Sempre! E nossa amizade será eterna, pois dependendo de nós... continua... para sempre!!!!” – e todos ali não se contiveram. Aplaudiram Luanna. Os que choravam aplaudiram, os que estavam calados aplaudiam.

Ela desceu do pedestal, foi em direção aos amigos; abraçou Justin. Josh os abraçou, Joey e Christina também fizeram isso, Diego e Jully também. Todos choraram naquela roda. Nieve juntou-se a eles, e começou a chorar também.

***

Nick saiu de cima do cavalo branco, reclamando:

- Jessica, por que você saiu assim, sem dizer nada? Quer nos matar de susto!!!

- Psiu, cale-se, Nick! Olha só todo mundo! – Jessy disse, tentando se livrar do espinho que tinha no vestido longo de seda branca.

- Ei, galera! – Chris berrou. – Esperem por mim. Onde a Britney se enfiou? Tenho as rosas que ela pediu!!!

- Estou aqui! – Britney apareceu, agarrada a Jason, todos vestidos de branco. – Me dá as rosas...

- Você fica tão linda com essas florzinhas rosas na cabeça... – Jason dizia para Britney.

- Oh, meu amor! Você que fica lindo assim...

- Me esperem também... – Amanda corria para tentar alcançá-los. – Nunca imaginei como ficava tão bem de branco!!! - Abraçou-se a Jessica e Nick, que caminhavam lá na frente, próximo ao cavalo branco que comia a grama verde do cemitério.

- Nem eu. – Melanie disse. – Chris, querido, me espera, quero ir junto com você!!!

- Tudo bem! - Chris sorriu, abraçado a ela.

- Tá todo mundo aqui? – Nick perguntou.

- Táááá!!! – a resposta.

- Manda, Brit! - Jessica sorriu.

Todas as famílias iam se retirando do local. Mas aquela roda de amigos ainda estava formada. Luanna calou a todos, apontando para algo que ela avistava na água. Todos correram para o rio. Estava longe. Luanna disse:

- Deixa que eu pego.

- Luanna... – Joey exclamou. Luanna pulou no rio. – É maluca! – terminou a frase.

Luanna alcançou e trouxe a coisa que estava dentro do rio. Todos olharam pra ela. Molhada, mas feliz. Justin cobriu-a com a jaqueta que trouxera de casa.

- São rosas brancas... – ela disse.

- Tem um cartão. – Jully apontou.

Ela abriu. Eram oito rosas brancas, com o cartão com a frase “Para Sempre” escrita com tinta brilhante e perfumada. Luanna sorriu. Todos sorriram.
- Amigos para sempre!!! – Luanna repetiu.

 
FIM?

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